Em agosto de 2012, evento de filiação ao PSOL movimentou a Casa Amarela

Agosto de 2009, São Paulo, Quadra dos Bancários. No tradicional ambiente de encontros sindicais e populares, o clima do II Congresso do PSOL era quente: há pouco menos de um ano para as eleições presidenciais, a então vereadora Heloísa Helena anunciava que não seria candidata a presidente pelo PSOL e que a sua candidata era Marina Silva (que, naquele momento, tinha acabado de sair do PT). Cerca de 90% dos presentes pediam (na verdade, alguns pediam e outros suplicavam) que HH mantivesse sua candidatura. Por outro lado, um grupo de militantes, pequeno naquele momento, anunciava que Plínio de Arruda Sampaio, então com 79 anos, era pré-candidato a presidente pelo PSOL.

O que veio depois disso é uma história mais conhecida: Marina Silva se filiou ao PV e aderiu a um discurso conciliador, em que elogiava os 16 anos de política econômica de FHC e Lula. E o PSOL indicou Plínio de Arruda Sampaio como candidato a presidente.

Mas este processo significou muito mais do que uma simples disputa entre duas candidaturas a presidente: a derrota da posição da presidente de um partido de esquerda foi algo inédito no Brasil e mostrou que, no PSOL, a militância organizada nos núcleos de base tem força e voz para definir os rumos do partido.

Ao ser fundado, em junho de 2004, o PSOL nasceu para ocupar o espaço do “não” na política brasileira, espaço este que o PT deixou de ocupar ao priorizar assumir o poder do que construir um projeto de mudanças profundas na sociedade brasileira. Para isso, teve que se aliar com setores conservadores, de oligarquias e com o capital financeiro.

Ocupar o espaço do “não” é estar contra as privatizações (seja qual modelo for), pelos direitos humanos, em defesa do meio-ambiente, contra a política econômica, contra a corrupção e os acordos espúrios entre os grandes partidos, é defender os movimentos sociais e suas ações, entre outros pontos. Infelizmente, esse espaço era ocupado, até 2002, por cerca de 100 deputados e senadores. Agora, restam poucos, visto que a maior parte da bancada do PT aderiu ao projeto do governo e o PSOL tem 3 deputados federais e 1 senador.

Apesar de ser o espaço do “não”, o PSOL tem um projeto, que é construído a cada Congresso Nacional (realizado a cada 2 anos). Nosso projeto está baseado nas reivindicações cotidianas que os movimentos sociais e populares fazem cotidianamente.

Isso não significa que o PSOL é o “partido-modelo”. Somos o partido que não desiste, não se vende e que não é perfeito. O perigo da institucionalização exagerada está sempre presente, pois o poder de cooptação do sistema é muito grande. E, a cada vez que o PSOL se destaca na conjuntura, a força do sistema para tentar destruí-lo enquanto partido anticapitalista e transformador é ainda maior.

Por isso, o PSOL precisa de você. Precisamos que o PSOL seja composto por todos e todas que acreditam na importância de construirmos uma alternativa ao modelo político que temos hoje. Só assim é que nosso projeto poderá avançar cada vez mais. Só assim é que poderemos combater com mais força o desmonte da saúde e educação pública, a homofobia, o racismo e o machismo.

No PSOL, os filiados e militantes tem espaços para definir os rumos do partido. Um desses espaços é o Congresso Nacional, que neste ano (2013) terá sua quarta edição, que será realizada em dezembro. Neste espaço serão decididas as políticas do partido para os próximos 2 anos, incluindo o candidato a presidente de 2014. É importante que o caminho decidido pelas bases partidárias ao escolher o nome de Plínio para presidente – construção pela base, com prioridade nos movimentos sociais, buscando a mobilização permanente da população – continue.

Para participar deste espaço, é preciso estar formalmente filiado ao PSOL até 10 de abril, quando serão enviadas listas ao TRE. Depois disso, serão chamadas reuniões em que serão debatidos os temas do Congresso e eleitos representantes para participar do espaço. Todos os filiados terão direito a voto e poderão também ser candidatos a delegado.

Participar de um partido político como o PSOL é uma ótima experiência. É estar em contato com a lutas dos mais diversos movimentos sociais, é conhecer áreas da cidade que você nem imagina que existe, é contribuir, mesmo que de maneira pequena, para a construção de uma sociedade  justa e solidária.

Não deixa de participar deste processo. O PSOL precisa de você!