Governo do Paraná é joinha… Para os grandes empresários!

Para não ficar mal a pouco mais de um ano para as eleições de 2014, o governador Beto Richa (PSDB) encontra-se neste momento numa providencial viagem à Europa. Providencial porque nesta semana foi apresentado um verdadeiro saco de maldades na Assembleia Legislativa, dando mais um passo para um Estado privatizado e contrário aos interesses da maioria da população.

Devido a pressão dos trabalhadores do serviço público estadual, que fizeram uma vigilia em frente ao Palácio Iguaçu, o governo teve que recuar em uma das medidas, que era o parcelamento do reajuste salarial dos trabalhadores. O aumento vai vir numa única parcela, mas num valor que apenas cobre a inflação dos últimos 12 meses. Mas “maldade maior” foi aprovada e com apenas 8 votos contários na ALEP (Assembleia Legislativa do Paraná).

O projeto aprovado, em apenas uma semana, sem nenhum debate, prevê a criação do Sistema de Gestão Integrada dos Recursos Financeiros do Paraná (Sigerfi), que ficou conhecida como a super-conta. Esse Sistema vai centralizar as contas financeiras do estado do Paraná, fazendo com que se confundam os recursos da previdência, de investimentos, de custeio da máquina, etc. Na prática, permite que o dinheiro para pelos trabalhadores do serviço público para garantir sua aposentadoria seja usada para outros fins neste momento, sem garantias de que vai retornar.

O Sistema vai na contramão do princípio básico da economia doméstica. Quando uma família precisa economizar, ela coloca parte do seu dinheiro numa poupança e procura “esquecer” que ele está lá. Se a família deixar este dinheiro na conta-corrente, muito dificilmente vai conseguir economizar. O projeto do governo Beto Richa aprovado na ALEP deixa tudo numa mesma conta-corrente, podendo causar sérios prejuízos em médio e longo prazo.

Mais uma vez, o rolo compressor governista na ALEP se fez presente e apenas 8 deputados se colocaram contrários. Muitos parlamentares que se dizem independentes estavam lá votando a favor do governo. Apenas a bancada do PT votou unida contra o projeto.

A posição do PT foi coerente com seu discurso de oposição a Beto Richa mas incoerente com a política do partido em nível nacional e em outros estados. No Rio Grande do Sul, o governo Tarso Genro (PT) aprovou projeto semelhante neste ano e, durante o governo de Lula, foi aprovada a Super-Receita, que unificou a receita previdenciária com a receita federal, confundindo o dinheiro das aposentadorias com o caixa geral do governo federal.

As novas maldades do governo Beto Richa reforçam a necessidade da unidade dos sindicatos, movimentos populares e sociais, entidades estudantis e partidos de oposição numa grande frente para resistir a este processo de privatização do Paraná.