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Foto: SINDESC

Desde o dia 24 de julho os trabalhadores do Hospital do Idoso Zilda Arns (HIZA), de Curitiba, estão em greve. Esta é a primeira greve dos trabalhadores deste hospital, que desde sua criação é gerido pela Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (FEAES),e mostra que o “novo” deste modelo de gestão é mais uma propaganda do que a realidade.

Os trabalhadores do HIZA em greve pedem aumento salarial de 10% (lembrando que a inflação dos últimos 12 meses chega a quase 7%), vale-alimentação no valor de R$300,00, plano de cargos e salários e mais contratação de profissionais. O clima de indignação no hospital aumentou depois que os profissionais médicos receberam aumentos salariais de até 30% neste ano, gerando o combustível para a decisão de paralisar as atividades.

A mobilização dos trabalhadores é por direitos básicos. Mesmo assim, a Prefeitura e a Fundação estão demorando a atender as reivindicações. Além de não fazer uma proposta, garantiram, via Justiça do Trabalho, que 70% do HIZA tenha que funcionar, mesmo com a greve, desrespeitando mais este direito dos trabalhadores.

A FEAES é um órgão da Prefeitura, criado em dezembro de 2010, após aprovação da lei nº13.663 na Câmara dos Vereadores. Na época, o Fórum Popular de Saúde e diversos sindicatos e movimentos sociais denunciaram que este modelo não trazia nada de novo e benéfico a trabalhadores e usuários. Com ele, os trabalhadores teriam vínculos trabalhistas mais precários e os usuários do SUS menos controle sobre as ações do Hospital. Mesmo assim, o projeto contou com o voto de ampla maioria dos vereadores, incluindo de alguns da bancada do PT, que fazia “oposição” à época.

A partir de 2013, com a chegada de Gustavo Fruet na Prefeitura e com a presença de muitos militantes do PT na Secretaria Municipal de Saúde, a FEAES tem se expandido, passando a contratar trabalhadores também para outros equipamentos de saúde de Curitiba.

A greve no HIZA é importante para mostrar que este modelo não tem nada de novo: é o velho método de garantir menos direitos para trabalhadores e usuários e mais “conforto” para os gestores. É fundamental que esta greve tenha a solidariedade de todos e todas e que seja um marco na defesa de um SUS 100% estatal na cidade de Curitiba.