uemOs estudantes, técnico-administrativos em educação e professores da UEM (Universidade Estadual de Maringá) estão em campanha pelo “direito ao campus“, exigindo que a Reitoria da universidade cesse as perseguições as manifestações culturais e políticas que aconteciam cotidianamente no campus.

O movimento do direito ao campus entende que a universidade deve ir além do trajeto aula-casa-aula. É preciso que a instituição universitária esteja aberta a população, especialmente aquela que vive no entorno, permitindo que sua produção acadêmica esteja permanentemente sendo apropriada pela sociedade.

Esse debate está relacionado com a (falta de) autonomia universitária no Paraná. Apesar de garantida pela Constituição Federal e Estadual, frequentemente este direito vem sendo desrespeitado, como na recente votação da localização da Reitoria da Unespar. A falta de garantias de financiamento, com cortes costumeiros no orçamento das instituições, também é um ataque à autonomia.

Há motivos para que a campanha começada na UEM se repita nas demais universidades estaduais do Paraná, que há muito tempo convivem com medidas que restringem o uso dos campi e que caminham para seu isolamento em relação à sociedade. Além disso, as instituições vem passando por intervenções da parte dos distintos governos estaduais. Vale lembrar que no governo de Requião (2003-10) aconteceram três nomeações de dirigentes (reitores ou diretores) que haviam perdido as eleições nas comunidades universitárias (na Unioeste, na FAFIPAR e na EMBAP).

É a partir do contato da universidade com seu entorno que elas poderão ser vistas como algo pertencente a todos e todas e, por isso, que mereçam a defesa e atenção das comunidades. É desta maneira que poderemos avançar na luta por universidades de qualidade e públicas de verdade, com a produção de conhecimento socialmente referenciado.