Manifestação contra a venda da COPEL em 2001.

Manifestação contra a venda da COPEL em 2001.

Em 2001, a COPEL (Companhia Paranaense de Energia) esteve no centro de um dos maiores embates políticos dos últimos anos no Paraná. A proposta do então governador Jaime Lerner era privatizar a empresa, nos moldes do que já havia acontecido com outras empresas estatais em âmbito federal e em outros estados.

Houve uma grande mobilização contrária a privatização e um projeto de lei de iniciativa popular foi encaminhado à Assembleia Legislativa. Mesmo com uma forte pressão social, os deputados estaduais aprovaram a venda da COPEL. Meses depois, o governo desistiu do projeto e a COPEL permaneceu estatal.

A tentativa de venda da COPEL marcou o processo político paranaense: vários deputados ficaram marcados pelo defesa favorável do projeto e muitos nunca mais se reelegeram; o termo “lernismo” passou a designar aqueles que usam o governo para favorecer o empresariado e para privatizar tudo que é possível.

Infelizmente, a vontade de privatizar a COPEL ainda permanece, especialmente no governo de Beto Richa. Para isso, o governo tem sucateado a empresa e também a fatiado em várias partes, num processo que de maneira sorrateira vai preparando a privatização da COPEL.

Símbolo do processo de sucateamento é o serviço de limpeza dentro da empresa. Anteriormente, havia uma empresa terceirizada que garantia o serviço durante todas as noites; recentemente, o procedimento foi alterado e agora são raras as trabalhadoras da limpeza presentes na empresa, o que faz com que muitas vezes os banheiros fiquem “impraticáveis”.

Por trás do simbolismo do “sucateamento do básico”, há um processo de divisão da COPEL em várias áreas, chamadas de subsidiárias. A divisão gerou partes com grande potencial de arrecadação financeira e lucratividade, como a “COPEL Telecomunicações S.A.” e outras nem tanto, favorecendo que haja a privatização em partes da empresa. Registre-se ainda que a divisão em subsidiárias é uma exigência da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), órgão ligado ao governo federal, mostrando que não há grandes diferenças entre os projetos de lá e os de cá.

Com essa divisão, o governo tucano poderá sempre argumentar que a COPEL não está sendo privatizada, visto que uma parte, a menos lucratica, ainda estará sob controle público. Será a prova de que o governo tucano de Beto Richa aprendeu com o método petista de privatizar!