Nesta segunda-feira, os trabalhadores do Detran-PR (Departamento de Trânsito do Paraná) iniciaram uma greve por tempo indeterminado. Depois de meses de “negociação” (ou será enrolação?) com o governo estadual, não restou outra alternativa aos trabalhadores que não fosse a paralisação. Além das pautas que já estavam em negociação, as recentes medidas do governo Richa, como o tarifaço e o parcelamento do terço adicional de férias, potencializaram a mobilização dos trabalhadores.
O órgão vive uma situação precária e passa por uma ameaça de terceirização de diversos serviços, que viriam a ser prestados por despachantes. Além disso, algumas normativas do Código Brasileiro de Transito não são seguidas por falta de funcionários. É o caso do exame para carteira de motorista, que deve ser feito por uma “banca de avaliadores” e aqui no Paraná é feito apenas por 1 pessoa. Atualmente, há aproximadamente 900 trabalhadores concursados e outros 900 funcionários via cargo comissionado no Detran.
Apesar do Detran ser um dos órgãos do governo estadual que mais faz arrecadação a partir de taxas e cobrança de impostos (como o IPVA), isso não se reflete na sua estrutura: é muito comum o cidadão enfrentar longas filas para ser atendido e vários serviços ainda não são informatizados.
A greve dos trabalhadores do Detran acontece num momento importante no Paraná. Depois de ser reeleito no primeiro turno, Beto Richa começa a ser contestado por suas medidas impopulares. Na semana passada, enfrentou protestos de trabalhadores na Assembleia Legislativa contra o tarifaço, perdeu ações na justiça e agora vê uma parcela dos servidores públicos em greve. Além disso, essa greve não está isolada, visto que outros trabalhadores também vem se movimentando, contra as demissões e pela garantia dos direitos trabalhistas.
Além de apoiar a greve que acontece no Detran, nosso desfio é criar uma rede de solidariedade que possa organizar ações de conjuntas de solidariedade e apoio mútuo às greves e mobilizações que estão curso e que tendem a aumentar em 2015.
