20150213-professores-parana_div1Fonte: Eu Curto Curitiba

Depois de alguns anos de marasmo e uma certa bonança na economia, desde 2013 o Brasil vem sendo sacudido por uma nova situação social, bastante polarizada, em que os temas da política vem preenchendo cada vez mais nosso cotidiano. As eleições de 2014, em que o velho método das propagandas enganosas foi repetido, acabaram postergando alguns temas que agora estão no centro do debate.

De norte a sul do Brasil, do PT ao PSDB, os governos vem baseando suas ações no que chamam de ajuste fiscal e austeridade. Mas este ajuste tem lado e cortam apenas da parte mais pobre. São cortes de direitos previdenciários e trabalhistas, cortes no orçamento da educação, reajustes salariais abaixo da inflação e aumento do desemprego. Do outro lado, nada. Nada de imposto sobre grandes fortunas, aumento dos impostos sobre os lucros das grandes empresas ou cobrança dos passivos tributários.

E assim como nos países europeus, os trabalhadores brasileiros também tem lutado contra esses ajustes-de-um-lado-só. E no Paraná temos o maior e melhor exemplo dessas mobilizações. São greves, paralisações e manifestações acontecendo desde o mês de fevereiro, contando com grande apoio da população. São lutas que inspiram o Brasil todo a entender que direitos são para serem ampliados e que a culpa da crise não pode ser paga pelos trabalhadores.

Nesta terça-feira, 19 de maio, teremos mais um dia pra nos inspirar. Serão milhares de educadores e trabalhadores do serviço público estadual do Paraná numa manifestação que vai parar Curitiba novamente. É sempre emocionante ver esses trabalhadores chegando nas caravanas do interior, logo cedo. Não é possível “ficar frio” perante gente de todas as idades, reunidas diante de um mesmo objetivo: mostrar ao governador Beto Richa que ele não pode tudo, que os trabalhadores merecem respeito e que a população merece um serviço público de qualidade.

Será mais um dia da chamada “greve geral”, quando o funcionalismo estadual consegue paralisar quase todas as atividadas, sob coordenação dos sindicatos que fazem parte do FES (Fórum das Entidades Sindicais). Nesta semana, os trabalhadores da SANEPAR devem se somar ao movimento. Ainda é um ensaio daquilo que tivemos 3 vezes no Brasil na década de 1980 (quando os trabalhadores do setor público e da iniciativa privada paralisam totalmente suas atividades por um dia) e que foi tão importante para a conquista de direitos como o acesso a saúde, a gratuidade no ensino superior e a jornada de trabalho de 44 horas semanais (até então, a jornada era de 48h).

Num momento em que a maior parte dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário envergonham a população do Paraná, a luta dos trabalhadores que acontece por aqui nos deve dar orgulho. É fundamental que ela seja uma fagulha para todo o Brasil, mostrando aos distintos governos que a união dos trabalhadores e da juventude é mais forte do que qualquer base aliada.