No finalzinho de 2015, foram divulgadas várias pesquisas de opinião acerca da popularidade dos governadores de 13 estados. E, apesar de seus concorrentes se esforçarem por tal posição, Beto Richa conseguiu conquistar o último lugar. E a concorrência foi realmente dura: entre agosto e dezembro de 2015, vários governadores do país (como do DF, RS, RJ) parcelaram salários e outros benefícios como férias e 13º. No caso do Rio de Janeiro, o 13º salário foi parcelado em até 5 vezes e a alternativa oferecida foi um empréstimo bancário.
Apesar de tudo isso, Beto Richa continuou sendo o “pior governador do Brasil”. Isso mostra que o aumento de impostos, o desmonte da educação e da saúde, a corrupção e, principalmente, a repressão aos que reclamaram disso tudo, não serão esquecidos.
Vale registro que as piores barbaridades de Beto Richa aconteceram no primeiro semestre de 2015, bem antes do parcelamento de salário nos outros estados. Ou seja, ainda que esses fatos já tenham acontecido há algum tempo, eles continuam vivos na memória dos paranaenses. Apesar do ceticismo de muitos, que imaginam que Beto Richa poderá conquistar novos mandatos assim como aconteceu com Alvaro Dias após o 30 de agosto de 1988, o que parece é que desta vez a truculência e a violência ficarão por mais tempo em nossas memórias (até porque, a difusão de fotos e vídeos do 29 de abril de 2015 será sempre muito maior do que dos acontecimentos de 1988, conhecido de muitos a partir de poucas e difusas imagens).
Outras conclusões também podem ser tiradas a partir dessas pesquisas. A primeira delas é que, embora as piores medidas de Richa atinjam, a curto prazo, uma parcela pequena da sociedade (os trabalhadores do serviço público estadual), no Paraná essa parcela conseguiu um amplo apoio e solidariedade da sociedade como um todo. As greves, especialmente a da educação, teve amplíssimo apoio de todos e todas, assim como as duas ocupações da ALEP. A segunda conclusão é que a população paranaense parece não tolerar mais mentiras. É isso que faz com que o ex-bom moço Beto Richa, que na campanha prometeu que “o melhor ainda estava por vir” agora seja aprovado apenas por 1 entre 4 paranaenses.
No fim das contas, na avaliação da população brasileira, mentir e bater em quem luta por seus direitos é pior do que atrasar e parcelar salários.
