13256174_1691736524421024_1352571168674411986_nA chegada de Lula a presidência da República e a adesão do PT e do PCdoB ao projeto governista trouxe novos desafios para a esquerda brasileira, especialmente para aqueles que resistiram a tentação de ocupar cargos nos Ministérios e estatais e que estiveram nas lutas sociais enfrentando as diversas medidas anti-populares aplicadas pelos governos de Lula e de Dilma. Esses desafios aumentaram após as imensas manifestações de junho de 2013, que marcaram um novo momento político no país, caracterizado por uma maior polarização social e com o processo do impeachment de Dilma.

O grande desafio para a esquerda brasileira é a reconstrução de um projeto político, que vá além do que foi construído pelo governos petistas e que reconquiste a confiança dos trabalhadores e da juventude brasileira. Um projeto que aposte na mobilização popular permanente e que acredite na coletividade em substituição aos acordos de gabinete e à política de conciliação com os poderosos.

Nos últimos meses, uma importante iniciativa política vem surgindo em vários estados: a reunião de diversas organizações políticas de esquerda formando frentes e/ou blocos da esquerda socialista. Em Curitiba, as primeiras reuniões aconteceram em abril e de lá pra cá essa Frente de Esquerda atuou conjuntamente em manifestações e se reuniu visando debater a situação política brasileira. Por aqui, essa Frente tem contado com a presença de militantes que não fazem parte de organizações políticas e do PCB, da Esquerda Marxista, da Nova Organização Socialista (NOS), da LSR, da Insurgência, da JCA, do PSOL e, mais recentemente, dos signatários do manifesto “É Preciso Arrancar Alegria ao Futuro”, que formaram o MAIS (Movimento por uma Alternativa Independente Socialista).

A Frente de Esquerda se propõe a ser uma articulação permanente, que atue nas lutas sociais e também nas eleições. Em Curitiba, a conquista de um mandato na Câmara Municipal poderia contribuir bastante para a construção cotidiana desta Frente. É esse o compromisso que assumimos: fazer de nossa campanha eleitoral e de um eventual mandato um instrumento para a construção da unidade entre a esquerda que não se vendeu e que entende a necessidade de um projeto alternativo para o Brasil.

Entendemos que um mandato pode furar o bloqueio de várias de nossas ações políticas, além de acumular contatos e construir alianças com movimentos por moradia, sindicatos, movimentos de juventude e outros movimentos sociais. A conquista de um mandato da esquerda socialista na “República de Curitiba” poderá significar também um importante pólo de resistência ao conservadorismo, cada vez mais presente em nossa sociedade.

Para resistir aos ataques aos nossos direitos, apostamos na construção de uma frente de esquerda socialista. É este o nosso compromisso!