O exército ocupou as refinarias em 1995.

O exército ocupou as refinarias em 1995.

Em 03 de maio de 1995, os petroleiros iniciaram uma greve que marcou a história do movimento dos trabalhadores no Brasil. Naquele momento, os trabalhadores reivindicam a retirada dos projetos de lei que permitiam a quebra do monopólio estatal do petróleo e de outras áreas.

Esta greve foi marcante por muitos motivos, como sua judicialização e criminalização por parte da mídia (a justiça entendeu que aquela era uma “greve política”, fora do período de data-base, e por isso ilegal) e por significar uma vitória importante do governo FHC, que a partir daí teve “tranquilidade” para aplicar sue projeto de privatização e desmonte do Estado.

Além dos motivos citados acima, ficou para a história o uso do exército, por parte do governo e da Petrobrás, para ocupação das refinarias, visando a retirada dos trabalhadores desses locais.

Passados mais de 18 anos desse momento histórico, os petroleiros novamente se encontram em greve. Desta vez, contra o leilão de um dos maiores campos de exploração do Pré-Sal. E, para garantir o leilão, o governo Dilma já anunciou que o exército será chamado, para que nada aconteça de errado.

A greve atual dos petroleiros tem um simbolismo muito forte, pois se coloca contra uma medida do governo formado por muitos daqueles que estavam lado a lado com esses mesmos petroleiros em 1995. A greve mostra que, de FHC a Dilma, passando por Lula, a política de privatização se manteve a mesma, apenas com contornos e formas diferentes.

Segundo Ildo Sauer, professor da USP e ex-diretor da Petrobrás, o leilão do Pré-Sal é ilegal e contrário aos interesses nacionais. Portanto, caso você não seja dono ou sócio de uma grande empresa petrolífera, não há nenhum motivo para não apoiar a greve dos petroleiros. Nem a tradicional desculpa de que “eles estão lutando por questões corporativas” cabe neste momento.

E, que o uso do exército para garantir o leilão de recursos naturais tão importantes, sirva de reflexão para aqueles que ainda defendem o suposto caráter popular do governo de Dilma.