DELFIM NETTOEm coluna no jornal “Folha de S. Paulo”, o ex-ministro Delfim Netto defendeu com tranquilidade a atuação de Gleisi Hoffmann à frente da Casa Civil

A ditadura militar brasileira (1964-85) tinha também seus apoiadores e ideólogos no mundo empresarial e civil, onde a presença de economistas conservadores tinha um papel de destaque. Entre eles, estava Delfim Netto, que foi ministro por duas vezes neste período, entre 1967 e 1974 (Ministro da Fazenda) e entre 1979 e 1985 (Ministro do Planejamento). Entre suas clássicas frases estava a de que primeiro o “o bolo ia crescer para depois se dividir”, ou seja, era preciso primeiro fazer a economia brasileira ter crescimento para depois pensar em diminuição das desigualdades.

Por estar na linha de frente de um governo que acabou sendo derrotado por gigantescas mobilizações populares, Delfim virou símbolo de um período que todos gostariam de sepultar. Sua baixa popularidade pode ser medida pela sua presença no samba-enredo da G.R.E.S. São Clemente de 1986, onde o verso “Que a nova república deu fim . . . no delfim” tem destaque. Mas a verdade é que a Nova República e os governos que a sucederam não “deram fim” em Delfim e/ou romperam com sua visão econômica conservadora. De lá pra cá, Delfim ocupou papel de destaque em diversos governos.

No governo do PT não foi diferente. Já no primeiro mandato de Lula, o então deputado federal Delfim Netto (PP-SP) foi chamado de companheiro pelo presidente, mostrando que as políticas econômicas de Palocci, Paulo Bernardo e outros tinham uma inspiração clara.

Não é a toa, portanto, o artigo de Delfim Netto publicado na data de hoje no jornal Folha de S. Paulo, onde o ex-ministro elogia a senadora Gleisi Hoffmann (PT-SP) pelo seu, na opinião dele, belo desempenho na defesa das parcerias público-privadas e das privatizações quando esteve a frente da Casa Civil.

O artigo de Delfim é um banho de água fria naqueles que acreditam que Gleisi pode ser uma alternativa ao governo privatista de Beto Richa. Uma aliada de Delim Netto não é alternativa para aqueles que pretendem ter um opção contra as privatizações, em defesa dos serviços públicos e dos direitos sociais.

É preciso ficar claro: Delfim Netto não é nosso aliado e continuamos em trincheiras opostas!

Confira o artigo de Delfim Netto clicando aqui.