european-leftEntre os dias 22 e 25 de maio teremos as eleições europeias, onde os cidadãos dos países membros da União Europeia poderão escolher os seus representantes para  o parlamento europeu. Também, pela primeira vez, será possível eleger o presidente da Comissão Europeia, que é a instância executiva da União Europeia.

Em meio a uma crise econômica que se arrasta desde 2008, o Partido da Esquerda Europeia (PEE) apresenta uma plataforma fazendo um balanço dos “remédios” aplicados para resolver tal crise, recomendados pela Troika (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia). O candidato a presidente da Comissão Europeia pelo PEE, o grego Alexis Tsipras, declarou que a “a crise foi uma oportunidade para o capitalismo de casino aproveitar estas reformas estruturais e lucrarem ainda mais com a redução dos custos de trabalho”.

O PEE é uma coalização de partidos de 26 países, que se coloca como alternativa aos partidos socialistas e social-democratas tradicionais que, no poder, aplicaram as medidas da Troika tal qual os partidos da direita tradicional. É formado, entre outros, pelo Bloco de Esquerda (Portugal), Die Linke (Alemanha), Parti de Gauche (França), Syriza (Grécia), Red Green Aliance (Dinamarca), Izquierda Unida (Espanha) e Freedom and Solidarity Party (Turquia). É, portanto, um esforço de unidade de lutadores socialistas e anti-capitalistas de diferentes origens e tradições.

E esse esforço tem dado resultado, tanto na luta social concreta, com a organização de greves gerais simultâneas em vários países, tanto nos resultados eleitorais. Segundo pesquisas, o Syriza é quem lidera, por pequena margem, as eleições na Grécia, com 20,2% das intenções de voto (o segundo colocado é a Nova Democracia, uma espécie de PSDB local, com 19,5%). Em Portugal, a lista de apoiadores do Bloco de Esquerda inclui o sociólogo Boaventura de Sousa Santos e a jornalista Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago.

Esses resultados mostram o acerto da construção de frentes partidárias amplas, com distintas tradições políticas, para o momento conjuntural atual. A reorganização da esquerda socialista não será possível a partir de ferramentas fechadas, com “programas prontos”.

Nessas eleições europeias, ainda disputam a eleição: Partido Popular Europeu (centro-direita), Partido Europeu Socialista (uma coalização com posição e história similar ao PT brasileiro, embora com algumas experiências de governo bastante conservadoras), Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa (direita), Verdes (que em quase nada se parece com o PV brasileiro, visto que tem algumas posturas mais próximas da esquerda europeia, embora componha alguns governos de medidas conservadoras), Aliança Conservadora e Reformista da Europa (direita), Aliança Livre Europeia (extrema-direita), entre outros.