Neste último fim-de-semana, aconteceu encontro que fundou um “novo” partido, chamado de Rede, liderado pela ex-senadora Marina Silva. Para muitos, especialmente para os que viram a matéria divulgada no Jornal Nacional, chamou a atenção a presença da vereadora Heloísa Helena (de Maceió/AL, atualmente no PSOL) como uma das entusiastas deste “novo” partido.

Para quem vê de fora e/ou para quem está mais afastado dos últimos acontecimentos políticos, a saída de Heloísa Helena do PSOL poderia significar um enfraquecimento do partido. Mas, felizmente, o PSOL segue firme e forte.

Após ter sido uma das líderes da oposição de esquerda nos primeiros anos de governo do PT e, por consequência, uma das lideranças da fundação do PSOL, Heloísa foi candidata a presidente em 2006 numa campanha controversa, que não “pautou aquilo que deveria ter sido pautado”. Depois, abdicou de ser uma liderança nacional na construção do PSOL dali pra frente e optou por ser vereadora em Maceió, isolando-se da disputa política nacional. Em 2010, achou que era superior ao PSOL e negou-se a fazer a campanha de Plinio de Arruda para presidente (Heloísa havia sido derrotada internamente no partido sobre quem deveria ser candidato a presidente). Resultado: foi derrotada nas eleições para o Senado. Neste momento, junta-se a Marina Silva na construção de um partido que não tem lado, não é de esquerda nem de direita, oposição nem situação.

Marina, uma militante com uma trajetória bastante respeitável na luta ambiental, se juntou com um balaio sem fundo e sem critérios, que junta ex-tucanos, grandes empresários, militantes de movimentos ambientais, ex-petistas e ex-PSOL. Optaram por fundar um partido que vai se moldar a crescente despolitização da política brasileira. Ao invés de enfrentar os problemas, vai se adaptar a eles. Um partido que critica os demais por serem dominados por caciques, mas nada mais é do que um ajuntado de caciques sem espaço em seus antigos partidos.

Nós do PSOL seguiremos firmes, certos de que as eleições de 2012 mostraram que nosso partido tem potencial e não pode cair na tentação de ir pelo atalho mais fácil. Pelo contrário, nosso crescimento mostra que onde mais avançamos é onde temos mais uma “política de raiz”. É hora de chamar todos e todas que votaram e simpatizaram com nosso partido nos processos eleitorais, para a militância e participação cotidiana dentro do PSOL, que terá seu IV Congresso em 2013.

Para um melhor relato do encontro de fundação da nova agremiação, indico texto do camarada Rodolfo Mohr, militante do PSOL-RS.