1235987_546580045407340_1277109514_nNesta quarta-feira, 04 de setembro, aconteceram duas manifestações estudantis em tradicionais faculdades particulares de Curitiba, mostrando que o movimento estudantil, a despeito de todas as dificuldades, também acontece nas instituições particulares de ensino.

Na hora do almoço, os estudantes da Faculdade Evangélica do Paraná (FEPAR) se reuniram para pedir melhores condições de estrutura e mais qualidade no ensino, criticando a proposta de expansão proposta pela direção da Faculdade. À noite, foram os estudantes do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba) que fizeram sua quinta manifestação pedindo mais respeito da direção da Faculdade.

Em comum, além das reivindicações, as manifestações apontam que o pagamento de mensalidades não é garantia de qualidade de ensino, boa estrutura ou de respeito. Em ambos os casos, os estudantes denunciam bibliotecas precarizadas, salas de aula lotadas, falta de salas para realização de grupos de estudo, demissões arbitrárias de professores, entre outros problemas.

Além disso, as mobilizações dos estudantes mostram o esgotamento do modelo de expansão de vagas a todo custo protagonizado pelas instituições particulares, especialmente a partir do final dos anos 1990. Tanto a Unicuritiba e a FEPAR tem origem em Faculdades que tinham apenas um curso (Faculdade de Direito de Curitiba e Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná) e, a partir da política governamental de apoio a instituições particulares (seja através do FIES ou do PROUNI), resolveram expandir suas atividades para outros cursos.

As recentes mobilizações mostram, por um lado, que este modelo de expansão não deu conta daquilo que prometeu. Mesmo com altas mensalidades (a do curso de Medicina ultrapassa R$2.700,00), as condições de estrutura dos cursos estão longe do ideal. De outro lado, mostrou que a vontade de se mobilizar por seus direitos não ficou no mês de junho e que as lutas por melhorias na educação, na saúde e na educação como um todo vão continuar.