Mesmo com chuva, milhares de pessoas acompanham o comício da Primavera Carioca no Rio de Janeiro.

No próximo sábado, 29 de setembro, a campanha da Frente de Esquerda (PSOL/PCB), que tem Bruno Meirinho como candidato a prefeito em Curitiba, realizará um evento ousado: um comício, de reta final de campanha, em pleno Largo da Ordem, no centro histórico da cidade. Além de ousado, o evento será inédito para uma ampla parcela de jovens que, nascidos a partir do final dos anos 1980, só conhecem a ideia de comícios pelos livros de história.

Essa será mais uma marca desta campanha em que a Frente de Esquerda vem apresentando inúmeras novidades e resgatando princípios. Uso da janela de Libras na TV, divulgação dos doadores de campanha, assinatura de todos os compromissos feitos por movimentos sociais, associações, conselhos profissionais, sindicatos e ONGs, animações no programa de TV. Para a reta final, a realização de um comício, que reúna todos os apoiadores desta campanha: aqueles que não desistem e não se vendem, que não se  conformam com a injustiça e que não querem viver condenados a escolher entre o mesmo e… o mesmo.

Mesmo para aqueles militantes mais antigos, será uma nova experiência. Eu nasci em 1984, época do auge dos comícios, durante a luta das Diretas Já. O Jornal do Brasil (sou carioca de nascimento) do dia do meu nascimento noticia um grande comício na Candelária da campanha pela redemocratização do Brasil. Não me lembro de ninguém lá de casa ter ido aos grandes comícios da eleição de 1989, embora lembre de minha mãe indo, vestida de preto, protestar pelo impeachment de Collor em 1992. Em Curitiba, comecei a me empolgar com a política no ano 2000, quando o grupo político que se mantém até na Prefeitura quase perdeu a eleição. Para mim, foi um orgulho participar de um grande comício na Boca Maldita de apoio ao candidato Vanhoni, com a presença do prefeito que havia sido eleito em Ponta Grossa, dos candidatos derrotados no 1º turno e que engrossavam o coro por mudanças em Curitiba.

Depois disso, o refluxo foi geral. Em 2002, fiz muita campanha para Lula, Pe. Roque, senadores, para o Dr. Rosinha. Mas aquele comício, com Zezé di Camargo e Luciano, com gente paga, não empolgava mais. No dia que aconteceu, acabei não indo. A galera que fazia junto a campanha também não quis ir. Era um sinal, aquilo ali era muito falso, não empolgava mais. Uma prévia do que viria com o PT no governo…

Nas outras eleições (2004, 2006, 2008 e 2010), os comícios já não foram mais os mesmos. Só acontecem no segundo turno e com a presença de alguma personalidade política externa. A maioria do público acaba sendo formada por aqueles “militantes” que orbitam em torno das campanhas proporcionais.

Mas parece que os ventos de uma nova política vem se fortalecendo neste ano de 2012. A inspiração é a campanha de Marcelo Freixo no Rio de Janeiro. Depois de uma “simples reunião” com a juventude ter virado um mini-comício com 3.000 pessoas na Cinelândia, os jornais de hoje apontam que o comício do dia 21 de setembro reuniu cerca de 15.000 pessoas, mesmo com chuva, nos Arcos da Lapa. Em Fortaleza, a campanha de Renato Roseno também vem crescendo e pode ir ao 2º turno.

Que os ventos dessa primavera também soprem no sul. Se você também acredita que a cidade de Curitiba não é um modelo e que não é possível aceitar a desigualdade social como algo normal, seu lugar é no comício de reta final da campanha Bruno Meirinho 50: 29 de setembro, a partir das 14h, no Largo da Ordem, próximo ao bebedouro. Porque gente é pra brilhar!