No próximo domingo, 09 de novembro, o Samba do Sindicatis realizará mais um grande evento na cidade de Curitiba: estará entre nós Hildemar Diniz, mais conhecido como Monarco, uma lenda viva do samba brasileiro. A roda de samba será a partir das 15h00, no Vila Fanny Futebol Clube (clique aqui para ver o evento no Facebook).
Além de Monarco, o sambista e pesquisador Tuco Pellegrino também estará presente. Os dois serão acompanhados pela turma do Samba do Sindicatis.
Nascido em agosto de 1933, Monarco é um elo de ligação entre sambistas da primeira metade do século XX e os tempos atuais. Foi morar em Osvaldo Cruz, bairro onde fica localizada a G.R.E.S. Portela, aos 13 anos de idade e desde essa época já teve seu primeiro contato com os sambistas da escola e do bairro. Atualmente, é presidente de honra da Portela.
Além de compositor de músicas como “Passado de Glória” e “Coração em Desalinho” (gravada por Zeca Pagodinho) e outras tantas, Monarco é um dos líderes da Velha Guarda da Portela e teve 14 discos gravados.
Mas, além de tudo isso, Monarco tem uma importância especial para meu gosto musical. A primeira vez que tive prazer em sair a noite foi num show dele, lá pelos idos de 1999, no Cimples Bar, no litoral do Paraná. Foi uma noite incrível: ver o Monarco da Portela ao vivo, na minha frente, acompanhado do conjunto Bom Partido, que havia vindo de Florianópolis para o show.
Até então, com 15 anos, estudando numa escola particular e morando em Curitiba, não conhecia ninguém que gostava de samba como eu. A verdade é que eu tinha vergonha de contar para meus colegas de sala que odiava Legião Urbana e que eu só tinha cds de sambas-enredo e do Zeca Pagodinho. Além disso, eu gostava de política, de assistir o horário eleitoral. Ou seja, faltava assunto no colégio…
E tudo começou a mudar naquele ano. No verão, passei a frequentar com meu pai o Cimples Bar, que, além do show com Monarco, produziu outros eventos memoráveis, como shows com Zé da Velha & Silvério Pontes, Humberto Araújo, Quinteto em Branco e Preto e outros encontros em Curitiba. É claro que isso era pouco ou quase nada na volta para a escola.
Além das noites no verão, outro encontro daquele ano passou a dar sentido a minha vida. Em meados do primeiro semestre, João Nogueira realizou seu último show em Curitiba e meu pai se fez presente. Por lá, ele encontrou uma amiga da juventude e, naquele papo do “o que seus filhos estão fazendo”, ambos descobriram que seus filhos estudavam no mesmo colégio. No sábado seguinte, fui procurado pelo João Maurício e então passamos a trocar fitas K7 com músicas de samba.
De lá pra cá, muita coisa mudou na minha vida. Mas o gosto pelo samba de Monarco e a parceria com João Maurício nunca mais pararam. Sobre o próximo domingo, só posso dizer uma coisa: compareça!