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Daqui a 20 dias, no dia 07 de julho de 2012, será dada a largada oficial e formal para a campanha eleitoral 2012. Mais uma vez, os grandes partidos farão campanha com seus grandes aparatos e marketeiros, com programas políticos bastante parecidos e semelhantes, sem espaço para as reivindicações dos trabalhadores e da juventude. Em Curitiba, os três principais candidatos tem origem no mesmo grupo e repetem a velha forma das oligarquias paranaenses, onde o DNA é fundamental para o sucesso político-eleitoral.

Por outro lado, haverá candidaturas que vão fazer o contraponto ao discurso ufanista oficial, mostrando que Curitiba é a 17ª cidade mais desigual do mundo e que é modelo apenas no aspecto da exclusão social. A mais destacada dessas campanhas será a encabeçada pelo advogado Bruno Meirinho, candidato do PSOL, com grandes possibilidades de ser apoiado pelo PCB. Infelizmente, muitos setores organizados do movimento social vão, mais uma vez, se negar a intervir no processo eleitoral.

Muitas das críticas feitas por esses setores são verdadeiras. É verdade, por exemplo, que não basta militar e participar política nas eleições a cada 2 anos. Mas é verdade também que a participação eleitoral obriga (para aqueles que participam seriamente do processo) a uma militância intensa, a contatos, a formulações, etc. Manter para além do processo eleitoral um ritmo como aquele de campanha é um desafio e uma necessidade para uma real inserção e trabalho de base.

Também é verdade que o processo eleitoral traz uma séria de dificuldades aos partidos de esquerda. Há toda uma legislação que considera a eleição um espaço em que grandes candidatos com grandes recursos financeiros se enfrentam. Campanhas como a do PSOL, baseadas na luta e no financiamento militante, são desconsideradas pela legislação. Não é possível, por exemplo, que um candidato faça campanha xerocando seus materiais artesanalmente; só é possível fazer materiais em gráfica, o que com certeza encarece custos.

Mas a defesa da não participação em processos eleitorais esconde ainda alguns pontos: idealismo em relação a outros processos eleitorais e a outros espaços institucionais, erro na análise de conjuntura e dificuldade em aceitar a situação atual da classe trabalhadora brasileira.
“Na eleição do sindicato e do DCE eu peço voto”

Muita gente afirma participar das eleições “puras e boas” dos movimentos sociais, em especial do sindical e estudantil, e não participa das “más” eleições para o Poder Legislativo e Executivo. Essa é uma posição idealista. As possibilidades de burocratização e afastamento das lutas e da militância quando ocupam-se cargos em entidades do movimento sindical e estudantil é próxima às possibilidades de um cargo no legislativo, por exemplo. Quantos não são os dirigentes sindicais que estão há anos afastados dos locais de trabalho? A chance de burocratização nestes casos é grande, embora não seja inevitável.

Além disso, também não basta apenas votar nas eleições sindicais e estudantis. Se a pessoa vota na chapa de luta para o sindicato e não faz ou participa da greve, é suficiente? Se o estudante vota na chapa de luta do DCE e não vai nas assembleias, atua contra as mobilizações, é suficiente?

Portanto, se fossem coerentes, os setores políticos contrários a participação nas eleições legislativas e executivas não participariam das eleições que acontecem nos movimentos sociais, pois estas carregam problemas e vícios semelhantes às eleições gerais.

Apenas 1% de votos contra o sistema político

No Brasil, a democracia como a entendemos hoje, com vários limites, como os expostos acima e outros, está no seu maior período de estabilidade na história. Desde 1988 o Brasil tem a mesma Constituição e desde 1982 há eleições como acontece hoje. Esse período deve durar muitos anos, pois a parcela da população que rejeita este modelo e critica o atual modo democrático é muito pequena.

Nas últimas eleições presidenciais, haviam quatro candidatos que questionavam esse modelo político e eles somaram apenas 1% dos votos válidos. Ou seja, 99% dos eleitores votaram em candidatos que defendem o atual sistema político. É claro que podemos considerar que muitos eleitores de Dilma ou de Marina Silva discordam desse modelo, integral ou parcialmente. Mas, ainda assim, é uma pequena parcela da população.

Outra questão é que os trabalhadores descolam as posições sindicais das posições políticas mais gerais. É comum trabalhadores votarem em chapas da Intersindical e da CSP-Conlutas para o sindicato mas votarem em candidatos do PT ou até mesmo do PSDB nas eleições. Por isso, a nossa participação no processo eleitoral cumpre também um papel de politização, mostrando a esses trabalhadores a ligação entre os dois processos e a necessidade de enfraquecer os partidos defensores do modelo econômico capitalista em nosso país.

Não participar dos processos eleitorais é sucumbir ao economismo dominante no movimento sindical e até mesmo no movimento estudantil. Mas a participação no processo pode, eventualmente, colocar um sindicalista em contradição com aqueles que o apoiam no sindicato (mas votam no PSDB ou no PT). Será esse o medo de estar nas eleições?

“… ah, mas nós aqui votamos no Luciano Ducci”

A participação nas eleições nos coloca também em contato com parcela dos trabalhadores e da juventude que estão distantes dos sindicatos mais atuantes e do movimento estudantil. Fugir das eleições é fugir do contato com essas pessoas, é fugir da dura realidade de conhecer pessoas que moram em locais que há enchente todo mês, que falta água, que falta luz, que não há asfalto mas que… votam na direita mais conservadora ou acreditam nos governos do PT mais do que qualquer coisa.

Na nossa visão, essa é o principal pelo qual setores importantes do campo da esquerda fogem do processo eleitoral: o medo de ver a realidade da classe trabalhadora e da juventude.

Fazer campanha é também sair do “conforto nosso de cada dia”. Quando um dirigente sindical ou dirigente estudantil vai aos locais de trabalho ou estudo fazer panfletagens ou convidar para atividades, ele é uma autoridade perante aquelas pessoas. Dificilmente, no caso das entidades com inserção real nas categorias, é enxovalhado ou muito questionado. Portanto, é confortável esse tipo de militância.

Na campanha eleitoral do PSOL é diferente. Vamos aos bairros, as fábricas, as portas de faculdade. A partir disso, dialogamos com setores amplos e nem sempre somos bem recebidos. Mas esse diálogo é fundamental para possibilitar novas inserções, novos contatos, noas militâncias.

Sem medo de ser PSOL

Internamente no PSOL, há diversos debates acalorados, questionamentos, dúvidas. Mas, para além dos muros de nosso partido, o PSOL é um partido bem visto, como ético, atuante, que defende trabalhadores e os direitos sociais e que tem parlamentares bem posicionados e qualificados. A bancada do PSOL foi a única a votar contra a EBSERH e a FUNPRESP, uma das poucas que defendeu a aplicação de 10% do PIB na educação pública já. Atualmente, são várias figuras públicas do partido conhecidas, com destaque para o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

Por isso, não devemos ter vergonha ou receio em fazer campanha das nossas candidaturas do PSOL. Em alguns casos, como a campanha em Curitiba, o PSOL tem mais espaço do que os candidatos do partido. Devemos defender nosso partido, ter orgulho dos seus símbolos e da sua militância. Nossa tarefa é organizar de maneira militante todos aqueles que tem simpatia pelo PSOL. Se temos vergonha de nosso partido, porque fazemos parte dele?

A hora é agora: convidar todos e todas para a nossa campanha baseada na luta e na militância, sem medo de ser PSOL.

*Bernardo Pilotto é técnico-administrativo em educação do HC/UFPR, mestrando em Saúde Coletiva na Unifesp. É fundador do PSOL no Paraná e pré-candidato a vereador em Curitiba.


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