Charge de Simon. Fonte: SindSaúde
Assim como em 2011, 2012 e 2013, o ano de 2014 vai terminar junto com surpresas desagradáveis oriundas do governo de Beto Richa (PSDB). Dessa vez, com a desculpa de equilibrar as contas, o governador reeleito atacou em duas frentes: na semana passada, anunciou a retirada de direitos dos trabalhadores do serviço público estadual e agora afirma que vai aumentar impostos para 2015. E, como sempre, “já que não existe tempo hábil”, tudo isso será feito em “regime de urgência”.
Em 27 de novembro, Richa anunciou que o adicional de 1/3 de férias dos servidores públicos estaduais seria pago em três parcelas. Sua justificativa era de que isso já “havia acontecido antes” (será que alguém pode justificar o trabalho escravo dessa forma?), além de ser necessário “apertar os cintos”. A medida foi recebida por muitos protestos, tanto por parte dos diretamente atingidos (os servidores e suas famílias), quanto por comerciantes e o setor de turismo, preocupados em perder uma numerosa clientela.
Mais uma vez, o governador mostrou que, quando a coisa aperta, a corda arrebenta no lado mais fraco. Planejamento? Economia nos privilégios? Diminuição dos repasses para o “setor produtivo”? Nada disso: Richa foi lá e parcelou um direito dos trabalhadores, conquistado a partir de muita luta e mobilização.
Mas não parou por aí: agora as manchetes de jornal estampam a proposta de aumento do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Como disse um amigo, as manchetes deviam ser no tom “Paraná está quebrado e Richa não sabe o que fazer”, tal a falta de planejamento nas ações do governo do Estado. Segundo informa o blog de Roseli Abrão, o pacote de Richa também inclui taxação de aposentados e aumento do ICMS sobre os combustíveis. E, além dessas medidas gerais, outras estão sendo encaminhadas, como o fechamento de escolas.
Apesar de ser um governador das “maldades de meio e fim de ano”, Richa foi eleito já no primeiro turno. Muito mais do que demonstrar um apoio irrestrito a este projeto, sua vitória mostra que a população na confiou nos projetos que se apresentaram como “oposição”. Isso demonstra que as “oposições” representadas por Requião e Gleisi foram rejeitadas, abrindo mais espaço para que uma oposição coerente e de esquerda se configure. Essa é o nosso principal desafio para 2015!
